terça-feira, 14 de setembro de 2010

O CONHECIMENTO CIENTÍFICO

O conhecimento científico é fáctico: Parte dos factos, respeita-os até certo ponto e sempre retorna a eles. A ciência procura descobrir os factos tais como são, independentemente do seu valor emocional ou comercial: a ciência não poetiza os factos. Em todos os campos, a ciência começa por estabelecer os factos: isto requer curiosidade impessoal, desconfiança pela opinião prevalecente e sensibilidade à novidade. (...)
Nem sempre é possível, nem sequer desejável, respeitar inteiramente os factos quando se analisam, e não há ciência sem análise, mesmo quando a análise é apenas um meio para a reconstrução final do todo. O físico perturba o átomo que deseja espiar; o biólogo modifica e pode inclusive matar o ser vivo que analisa; o antropólogo, empenhado no seu estudo de campo de uma comunidade, provoca nele certas modificações. Nenhum deles apreende o seu objecto tal como é, mas tal como fica modificado pela suas próprias operações. (...) O conhecimento científico transcende os factos: põe de lado os factos, produz factos novos e explica-os. O senso comum parte dos factos e atém-se a eles: amiúde, limita-se ao facto isolado, sem ir muito longe no trabalho de o correlacionar com outros, ou de o explicar. Pelo contrário, a investigação científica não se limita aos factos observados: os cientistas exprimem a realidade a fim de ir mais além das aparências; recusam o grosso dos factos percebidos, por serem um montão de acidentes, seleccionam os que julgam relevantes, controlam factos e, se possível, reproduzem-nos. Inclusive, produzem coisas novas, desde instrumentos até partículas elementares; obtêm novos compostos químicos, novas variedades vegetais e animais e, pelo menos em princípio, criam novas regras de conduta individual e social. (...)
Há mais: o conhecimento científico racionaliza a experiência, em vez de se limitar a descrevê-la; a ciência dá conta dos factos, não os inventariando, mas explicando-os por meio de hipóteses (em particular, enunciados e leis) e sistemas de hipóteses (teorias). Os cientistas conjecturam o que há por detrás dos factos observados e, em seguida, inventam conceitos (como os de átomo, campo, classe social, ou tendência histórica), que carecem de correlato empírico, isto é, que não correspondem a perceptos, ainda que presumivelmente se referem a coisas, qualidades ou relações existentes objectivamente. (...)

A investigação científica é especializada: uma consequência da focagem científica dos problemas é a especialização. Não obstante a unidade do método científico, a sua aplicação depende, em grande medida, do assunto; isto explica a multiplicidade de técnicas e a relativa independência dos diversos sectores da ciência. (...) A especialização não impediu a formação de campos interdisciplinares, como a biofísica, a bioquímica, a psicofisiologia, a psicologia social, a teoria da informação, a cibernética ou a investigação operacional. Contudo, a especialização tende a estreitar a visão do cientista individual (...).

O conhecimento científico é claro e preciso: os seus problemas são distintos, os seus resultados são claros. (...) A ciência torna preciso o que o senso comum conhece de maneira nebulosa. (...)

O conhecimento científico é comunicável: não é inefável, mas expressável; não é privado, mas público. A linguagem científica comunica informações a quem quer que tenha sido preparado para a entender. (...) O que é inefável pode ser próprio da poesia ou da música, não da ciência, cuja linguagem é informativa e não expressiva ou imperativa. (...)

O conhecimento científico é verificável: deve passar pelo exame da experiência. Para explicar um conjunto de fenómenos, o cientista inventa conjecturas fundadas de algum modo no saber adquirido. As suas suposições podem ser cautelosas ou ousadas, simples ou complexas; em todo o caso, devem pôr-se à prova. O teste das hipóteses fácticas é empírico, isto é, observacional ou experimental. (...) Nem todas as ciências podem experimentar; e em certas áreas da astronomia e da economia, alcança-se uma grande exactidão sem ajuda da experimentação. (...)

A investigação científica é metódica: não é errática, mas planeada. Os investigadores não tacteiam na obscuridade; sabem o que buscam e como o encontrar. A planificação da investigação não exclui o azar; só que, ao deixar lugar para os acontecimentos imprevistos, é possível aproveitar a interferência do azar e a novidade inesperada. (...)
Todo o trabalho de investigação se baseia no conhecimento anterior e, em particular, nas conjecturas melhor confirmadas. (...) Mais ainda, a investigação procede de acordo com regras e técnicas que se revelaram eficazes no passado, mas que são aperfeiçoadas continuamente, não só à luz de novas experiências, mas também de resultados do exame matemático e filosófico.

O conhecimento científico é sistemático: uma ciência não é um agregado de informações desconexas, mas um sistema de ideias ligadas logicamente entre si. Todo o sistema de ideias, caracterizado por um certo conjunto básico (mas refutável) de hipóteses peculiares, e que procura adequar-se a uma classe de factos, é uma teoria. (...)
O carácter matemático do conhecimento científico -- isto é, o facto de ser fundado, ordenado e coerente -- é que o torna racional. A racionalidade permite que o progresso científico se efectue não só pela acumulação gradual de resultados, mas também por revoluções. (...)

O conhecimento científico é geral: situa os factos singulares em hipóteses gerais, os enunciados particulares em esquemas amplos. O cientista ocupa-se do facto singular na medida em que este é membro de uma classe, ou caso de uma lei; mais ainda, pressupõe que todo o facto é classificável, o que ignora o facto isolado. Por isso, a ciência não se serve dos dados empíricos -- que sempre são singulares -- como tais; estes são mudos enquanto não se manipulam e convertem em peças de estrutura teóricas. (...)

O conhecimento científico é legislador: busca leis (da natureza e da cultura) e aplica-as. O conhecimento científico insere os factos singulares em regras gerais chamadas "leis naturais" ou "leis sociais". Por detrás da fluência ou da desordem das aparências, a ciência factual descobre os elementos regulares da estrutura e do processo do ser e do devir. (...)

A ciência é explicativa: tenta explicar os factos em termos de leis e as leis em termos de princípios. Os cientistas não se conformam com descrições pormenorizadas; além de inquirir como são as coisas, procuram responder ao porquê: porque é que ocorrem os factos tal como ocorrem e não de outra maneira. A ciência deduz as proposições relativas aos factos singulares a partir de leis gerais, e deduz as leis a partir de enunciados nomológicos ainda mais gerais (princípios).

O conhecimento científico é preditivo: transcende a massa dos factos de experiência, imaginando como pode ter sido o passado e como poderá ser o futuro. A previsão é, em primeiro lugar, uma maneira eficaz de pôr à prova as hipóteses; mas também é a chave do controlo ou ainda da modificação do curso dos acontecimentos. A previsão científica, em contraste com a profecia, funda-se em leis e em informações específicas fidedignas, relativas ao estado de coisas actual ou passado. (...)

A ciência é aberta: não reconhece barreiras a priori, que limitem o conhecimento: Se o conhecimento fáctico não é refutável em princípio, então não pertence à ciência, mas a algum outro campo. As noções acerca do nosso meio natural ou social, ou acerca do nosso eu, não são finais; estão todas em movimento, todas são falíveis. Sempre é possível que possa surgir uma nova situação (novas informações ou novos trabalhos teóricos) em que as nossas ideias, por firmemente estabelecidas que pareçam, se revelem inadequadas em algum sentido. A ciência carece de axiomas evidentes; inclusive, os princípios mais gerais e seguros são postulados que podem ser corrigidos ou substituídos. Em virtude do carácter hipotético dos enunciados de leis, e da natureza perfectível dos dados empíricos, a ciência não é um sistema dogmático e fechado, mas controvertido e aberto. Ou melhor, a ciência é aberta como sistema, porque é falível, por conseguinte, capaz de progredir.

GESTÃO DO CONHECIMENTO

As últimas décadas trouxeram grandes revoluções e evoluções para a Humanidade.

Essa nova sociedade determina a necessidade do perfil de um profissional que busque dados e informações para transformar em conhecimento, de forma a gerar valores e resultados para sua empresa, sua carreira e sua vida. Podemos afirmar que o conhecimento precisa ser gerenciado, pois ele é a nova moeda do século XXI. E podemos então, a partir daí, definir Gestão do Conhecimento como a adoção de técnicas e estratégias estruturadas que nos permitem organizar, recuperar, compartilhar e armazenar esse conhecimento. O objetivo principal da Gestão do Conhecimento é aumentar a produtividade deste novo perfil de trabalhador, que vai muito além de armazenar dados ou informações.

O conhecimento pode surgir de um insight, pode ser baseado em alguma informação, pode ser interpretado após a releitura de uma informação recuperada, pode ser adquirido observando-se outras pessoas, etc.

Enfim, existem diversas formas do conhecimento.

- Gestão do Conhecimento Pessoal - Administrar esse conhecimento pessoal é algo essencial, que muitas vezes só é percebido quando você sabe que conhece algo, mas não consegue se lembrar onde o adquiriu e como recuperar este conhecimento. A gestão do seu conhecimento pessoal é composta basicamente por 3 etapas:

- capturar (armazenar o conhecimento de forma a não ser perdido); taxonomizar (classificar o conhecimento) ;

- recuperar (reutilizar e pesquisar o conhecimento quando necessário)

Passo 1 - Crie Categorias Taxonomia Pessoal

Esse conceito explica que você deve ter um mapa de categorias, com os principais itens da sua vida. A recomendação é que o aplique a todos os níveis de sua organização: física (armários, gavetas, pastas, etc), lógico (computador) e do conhecimento.

Passo 2 – Sua Base de Conhecimento (KBASE)

Aqui o mais fundamental de todos é ter um repositório de informações. Eu chamo esse repositório de KBASE – Base de Conhecimento, em homenagem à base de conhecimento do suporte técnico da Microsoft na Internet Essa base de conhecimento conterá artigos, informações, imagens, textos, formulários com resumo de informações, anotações, etc.

Se sua opção for ter sua base de conhecimento em software esse problema não existirá. O software permite ampla possibilidade de ajustes e arquivamentos para consultas posteriores durante a fase de confecção da sua base de conhecimento.

Se você utiliza meios de papel para sua base de conhecimento, pode ter em sua agenda ou ficha, um índice com as informações armazenadas na sua base (mas neste caso, existirá mais um local para atualizar e inserir conhecimento).

Dicas para criar sua KBase (Papel)

Caso você opte por montar sua base de conhecimento utilizando meios físicos ao invés de um computador, seguem algumas dicas:

•Escolha um local para armazenar e centralizar seu repositório

•Utilize arquivos que possam ser categorizados, como pastas suspensas, fichários com etiquetas divisoras, pastas organizadoras, pastas plásticas com sacos de plástico divisores, etc.

•Separe seu arquivo com etiquetas de categorias, conforme sua taxonomia pessoal

•Utilizar cores para dividir suas categorias pode ajudar na localização de itens

•Insira novos conhecimentos (papéis, textos, e-mails, imagens, formulários de informação) de acordo com a classificação do item

•Se desejar crie um índice geral para que todo o conhecimento inserido seja indexado para fácil localização

•Reveja constantemente a validade do seu conhecimento, para manter apenas coisas importantes e limpar o lixo Softwares para sua base de conhecimento.

Passo 3 – Processando sua Informação

A gestão do conhecimento pessoal acontece de forma mais tangível no passo que chamo de Processamento da Informação.

Faça seus comentários em um formulário e anexe ao documento armazenando-o fisicamente na sua base de conhecimento, devidamente classificado e categorizado.

Passo 4 – Recuperando Conhecimento

Após o conhecimento ser capturado e classificado, ele precisa ser pesquisado para ser reutilizado. Este passo é o final e o mais desafiante, pois ele reflete a eficácia do seu processo de gestão de conhecimento.

Se você utiliza uma base de conhecimento em papel, o primeiro passo é pensar na categoria do assunto que está sendo pesquisado. Com esta categoria em mente, localize na sua taxonomia pessoal este item (presumindo que você dividiu sua base de conhecimento pelos níveis da taxonomia pessoal).

Gerenciar Conhecimento é Gerenciar Tempo!

Gerir conhecimento é algo tão essencial quanto a gestão da sua carreira, e uma questão de sobrevivência para os próximos anos.

Quanto mais você aprimorar suas técnicas pessoais para gerenciar seu conhecimento, mais tempo conseguirá economizar no seu dia a dia para dedicar-se à atividades importantes da sua vida

AS BARREIRAS AO CONHECIMENTO

Na opinião de Szulanski, as empresas precisam reconhecer de início que existem desafios próprios ao processo de transferência de conhecimento.Quem gerencia esses processos deve ter em mente as sete "barreiras ao conhecimento", divididas em quatro categorias:

Características do conhecimento

1.Ambiguidade causal. Nesse caso, não sabemos com total segurança o que está gerando um desempenho excepcional e como essas forças iriam interagir entre si em outra unidade.

2.Conhecimento não-comprovado. Ao tentar transferir uma prática recentemente desenvolvida, não se confia que esse conhecimento seja eficaz em uma nova situação.

Características da fonte

3. Falta de credibilidade. Membros de unidades de alto desempenho não são reconhecidas ou percebidos como confiáveis por outros membros da organização.

Características dos receptores

4. Falta de capacidade de absorçõa. As pessoas não reconhecem o valor do novo conhecimento. Mais ainda, elas carecem das habilidades, da linguagem e da experiência necessárias.

5. Falta de capacidade de retenção. As pessoas não utilizam suficientemente o conhecimento transferido a ponto de incorporá-lo no modo de fazer seu trabalho.

Características culturais

6. "Aridez". A empresa não dispõe de sistemas e estruturas para capacitar as pessoas a reconhecer e agarrar oportunidades de alavancar o conhecimento existente.

7. Ausência de relacionamentos "íntimos" entre fontes e receptores. Pessoas de diferentes unidades não têm um histórico positivo de comunicação e colaboração.

Derrubando as barreiras

Segundo Szulanski, as três barreiras mais difícieis de transpor são a ambiguidade causal, a falta de capacidade de absorção pelos receptores e a ausência de relacionamentos "íntimos" entre fontes e receptores.

O que fazer? Mesmo que não se possa eliminar a ambiguidade causal, é possível cavar mais fundo para descobrir por que uma prática bem-sucedida funciona tão bem.

"Leve em conta seu conhecimento sobre a prática e depois se questione: Qual é o ganho potencial de aplicar isso em outra unidade? Quanto tempo vai levar até que os resultados no outra unidade sejam equivalentes ou até melhores?", sugere o especialista.

Superar a barreira da capacidade de absorção parece ser um pouco mais fácil. Estratégias-chave incluem investimentos em treinamento e desenvolvimento para que os membros de uma unidade receptora tenham as habilidades necessárias, assim como a competência técnica e gerencial.

Sobre a falta de intimidade entre fontes e receptores, o especialista sugere tentar estabelecer laços entre as partes. Você pode, por exemplo, incentivar a comunicação entre os grupos e até mesmo viagens.

Szulanski também recomenda que se trabalhe a partir de quatro estágios:


Inicialização. A ação acontece a partir do reconhecimento de uma oportunidade de transferência.

Implementação. Ocorre a troca de informação entre fonte e receptor.

Ascensão. O conhecimento transferido começa a ser usado e são corrigidos problemas inesperados.

Integração. A prática transferida torna-se rotina.


Fonte: HSM Management Update Nº 44

BENJAMIN CORIAT FALA SOBRE A BARREIRA DAS PATENTES NA ECONOMIA CAPITALISTA

CONHECIMENTO PESSOAL

Administrar esse conhecimento pessoal é algo essencial, que muitas vezes só é percebido quando você sabe que conhece algo, mas não consegue se lembrar onde o adquiriu e como recuperar este conhecimento.
Vamos supor que você leu em uma revista um artigo interessante. Após a leitura, guardou-a em seu armário de revistas.
Alguns meses depois, seu chefe solicita um trabalho que precisa de dados e informações.
Você lembra que leu algum artigo sobre o assunto, mas não sabe direito onde e nem quando. O próximo passo neste cenário é vê-lo com uma escada e uma pilha de revistas reviradas até encontrar o que deseja. E lá se vão alguns minutos ou horas preciosas do seu dia.
Em nossos seminários sobre produtividade pessoal, é comum as pessoas afirmarem que gastam muito tempo localizando informações.
Uma pesquisa comprovou que as pessoas gastam em média 40 minutos com esta tarefa por dia.
A gestão do seu conhecimento pessoal é composta basicamente por 3 etapas: capturar (armazenar o conhecimento de forma a não ser perdido); taxonomizar (classificar o conhecimento) ; recuperar (reutilizar e pesquisar
o conhecimento quando necessário).
Estarei sintetizando algumas técnicas neste artigo. Para maiores informações consulte o capítulo sobre Organização no livro A Tríade
do Tempo, Editora Campus.

Pierre Lévy descreveu uma maneira de fazer a gestão de conhecimento pessoal. “Sem pensar no individual, não é possível fazer a gestão do conhecimento coletivo”, disse. Segundo ele, todo indivíduo que pretende encontrar lógica no caos deve passar pelas seguintes etapas:
- Atenção ao ambiente;
- Conexão com fontes valiosas (selectividade);
- Coleta e agregação de fluxos de informações;
- Filtragem manual e automática;
- Categorização, tagging, sistema de classificação;
- Gravação na memória de longo prazo. Não apenas no micro, mas na rede, pois é mais seguro e social.
- Síntese. Posts em blogs.
- Compartilhamento de informações em mídias sociais e conversas sobre o que foi pesquisado.
- Reavaliação, redefinição de prioridades, novas fontes.

O CONHECIMENTO

Conhecimento é o ato ou efeito de abstrair idéia ou noção de alguma coisa, como por exemplo: conhecimento das leis; conhecimento de um fato (obter informação); conhecimento de um documento; termo de recibo ou nota em que se declara o aceite de um produto ou serviço; saber, instrução ou cabedal científico (homem com grande conhecimento).

O tema "conhecimento" inclui, mas não está limitado a, descrições, hipóteses, conceitos, teorias, princípios e procedimentos que são ou úteis ou verdadeiros. O estudo do conhecimento é a gnoseologia. Hoje existem vários conceitos para esta palavra e é de ampla compreensão que conhecimento é aquilo que se sabe de algo ou alguém. Isso em um conceito menos específico. Contudo, para falar deste tema é indispensável abordar dado e informação.

Dado é um emaranhado de códigos decifráveis ou não. O alfabeto russo, por exemplo, para leigos no idioma, é simplesmente um emaranhado de códigos sem nenhum significado especifico. Algumas letras são simplesmente alguns números invertidos e mais nada. Porém, quando estes códigos até então indecifráveis, passam a ter um significado próprio para aquele que os observa, estabelecendo um processo comunicativo, obtém-se uma informação a partir da decodificação destes dados. Diante disso, podemos até dizer que dado não é somente códigos agrupados, mas também uma base ou uma fonte de absorção de informações. Então, informação seria aquilo que se tem através da decodificação de dados, não podendo existir sem um processo de comunicação. Essas informações adquiridas servem de base para a construção do conhecimento. Segundo esta afirmação, o conhecimento deriva das informações absorvidas.Se constrói conhecimentos nas interações com outras pessoas, com o meio físico e natural. Podemos conceituar conhecimento da seguinte maneira: conhecimento é aquilo que se admite a partir da captação sensitiva sendo assim acumulável a mente humana. Ou seja, é aquilo que o homem absorve de alguma maneira, através de informações que de alguma forma lhe são apresentadas, para um determinado fim ou não. O conhecimento distingue-se da mera informação porque está associado a uma intencionalidade. Tanto o conhecimento como a informação consistem de declarações verdadeiras, mas o conhecimento pode ser considerado informação com um propósito ou uma utilidade.


A definição clássica de conhecimento, originada em Platão, diz que ele consiste de crença verdadeira e justificada.O conhecimento não pode ser inserido num computador por meio de uma representação, pois neste caso seria reduzido a uma informação. Assim, neste sentido, é absolutamente equivocado falar-se de uma "base de conhecimento" num computador. No máximo, podemos ter uma "base de informação", mas se é possível processá-la no computador e transformar o seu conteúdo, e não apenas a forma, o que nós temos de facto é uma tradicional base de dados.

Associamos informação à semântica. Conhecimento está associado com pragmática, isto é, relaciona-se com alguma coisa existente no "mundo real" do qual temos uma experiência directa.

O conhecimento pode ainda ser aprendido como um processo ou como um produto. Quando nos referimos a uma acumulação de teorias, idéias e conceitos o conhecimento surge como um produto resultante dessas aprendizagens, mas como todo produto é indissociável de um processo, podemos então olhar o conhecimento como uma atividade intelectual através da qual é feita a apreensão de algo exterior à pessoa.

A definição clássica de conhecimento, originada em Platão, diz que ele consiste de crença verdadeira e justificada. Aristóteles divide o conhecimento em três áreas: científica, prática e técnica.

Além dos conceitos aristotélico e platônico, o conhecimento pode ser classificado em uma série de designações/categorias:

Conhecimento sensorial: É o conhecimento comum entre seres humanos e animais. Obtido a partir de nossas experiências sensitivas e fisiológicas (tato, visão, olfato, audição e paladar).

Conhecimento intelectual: Esta categoria é exclusiva ao ser humano; trata-se de um raciocínio mais elaborado do que a mera comunicação entre corpo e ambiente. Aqui já pressupõe-se um pensamento, uma lógica.

Conhecimento vulgar/popular: É a forma de conhecimento do tradicional (hereditário), da cultura, do senso comum, sem compromisso com uma apuração ou análise metodológica. Não pressupõe reflexão, é uma forma de apreensão passiva, acrítica e que, além de subjetiva, é superficial.

Conhecimento científico: Preza pela apuração e constatação. Busca por leis e sistemas, no intuito de explicar de modo racional aquilo que se está observando. Não se contenta com explicações sem provas concretas; seus alicerces estão na metodologia e na racionalidade. Análises são fundamentais no processo de construção e síntese que o permeia, isso, aliado às suas demais características, faz do conhecimento científico quase uma antítese do popular.

Conhecimento filosófico: Mais ligado à construção de idéias e conceitos. Busca as verdades do mundo por meio da indagação e do debate; do filosofar. Portanto, de certo modo assemelha-se ao conhecimento científico - por valer-se de uma metodologia experimental -, mas dele distancia-se por tratar de questões imensuráveis, metafísicas. A partir da razão do homem, o conhecimento filosófico prioriza seu olhar sobre a condição humana.

Conhecimento teológico: Conhecimento adquirido a partir da fé teológica, é fruto da revelação da divindade. A finalidade do teólogo é provar a existência de Deus e que os textos bíblicos foram escritos mediante inspiração Divina, devendo por isso ser realmente aceitos como verdades absolutas e incontestáveis. A fé pode basear-se em experiências espirituais, históricas, arqueológicas e coletivas que lhe dão sustentação.

Conhecimento intuitivo: Inato ao ser humano, o conhecimento intuitivo diz respeito à subjetividade. Às nossas percepções do mundo exterior e à racionalidade humana. Manifesta-se de maneira concreta quando, por exemplo, tem-se uma epifania.

1.Intuição sensorial/empírica: “A intuição empírica é o conhecimento direto e imediato das qualidades sensíveis do objeto externo: cores, sabores, odores, paladares, texturas, dimensões, distâncias. É também o conhecimento direto e imediato de estados internos ou mentais: lembranças, desejos, sentimentos, imagens.” (in: Convite à Filosofia; CHAUÍ, Marilena).

2.Intuição intelectual: A intuição com uma base racional. A partir da intuição sensorial você percebe o odor da margarida e o da rosa. A partir da intuição intelectual você percebe imediatamente que são diferentes. Não é necessário demonstrar que a “parte não é maior que o todo”, é a lógica em seu estado mais puro; a razão que se compreende de maneira imediata.

http://pt.wikipedia.org/wiki/Conhecimento